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Pérola Bensabath
Salvador, BA
De repente lembrei-me d’eu dançarina. Esvoaçante na leveza do meu corpo juvenil.
A mágica da minha dança não mais permanece na harmoniosa melodia e nem na contradança do presente.
O coração me pergunta: onde está a menina que dançava sutil, volteante, tal boneca da caixinha de música? Aquela garotinha que bailava com a alma... ao personagem se entregava, vibrava na música e no diapasão da maestria? La petite femme com a dança correndo tal sangue nas veias em pulsante paixão de rodopios incontidos.
Ela se foi.
A maternidade levou a minha dança. Agora... o tempo inclemente cobra os reflexos da purpurina, da adrenalina. Não mais dança a bailarina. O saiote se mistura às sapatilhas, envoltos em véus e guardados no fundo do baú. Os acordes da música clássica ressoam docemente como ecos do passado. O meu voltear agora se resume aos palcos da vida, pois em versos e reversos, o show tem que continuar.
Revista Criticartes - Ano II, nº. 5 - 2016
Muito lindo Pérola! Enfim, a vida como é, após um tempo de vida; mudam os ideais, mudam as rotinas e a menina, vira mulher, mãe, sobram saudades e lembranças...
ResponderExcluirMuito lindo Pérola .ObrigadaObrigada
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