quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

O gênio incompreendido

Kamba Kabeto
Luanda, Angola
@: alberto.kabeto@gmail.com

Vivo fora do espaço, do tempo
Eu e mais eu, de mãos dadas com o vento
Ora deito lágrimas, ora solto gargalhos
Amo estar no serviço, odeio fazer trabalhos

Pensamentos deixam a cabeça pesada
Na minha boca mora uma
multidão de palavras
Quero livrar-me delas, não pagam renda
Saem quando querem,
desobedecem a minha regra

Estou embriagado de raiva, farto com o fardo
Cansado de andar na estrada
que me leva ao nada
Amo a vida, mas a morte me deixa excitado
Sou eu o palhaço deste circo,
por favor, dêm risadas!

Elas me acham esquisito,
eles dizem que sou demente
O mundo detesta gente diferente
Tudo bem, alegrem-se,
festejem quando eu partir
Porém saibam, eu jamais desejei ficar aqui.

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