segunda-feira, 13 de março de 2017

Dei de...

Por Sylvia Cesco
Campo Grande, MS
@: sylviacesco@hotmail.com
http://3.bp.blogspot.com
Dei de criar  invencionices:
Inventei que passarinhavas
E enquanto afiava as  asas
Meu olhar de semente germinada
De longe  te cuidava

Dei de ter miragens :
Te vi vagalumeando  por entre as quatro Luas
Mas era na Minguante
Que tu mais brilhavas,
E te  reinventavas.

Dei de ancorar
Teu barco-querença
Abandonado, margeando as águas,
Ribeirando espumas, gorgeando alentos,
Cataventando seixos em silenciosas mágoas
Pelo não sabido, pela não presença.

Dei de endoidar de vez.
E me vi insana
Entardecendo  em dores,
Me orvalhando em chamas
Me encantando em pedras
Me congelando em brasas.
Dei de lembrar  sofrências
De sofrer lembranças.
Dei de desdizer palavras
E  desfazer de mim...
Exausta, no final , eu percebi:
Destes de te esconder
Em  amplidões sem  fim
Enquanto  inquieta eu te procurava.

Sylvia Cesco
SYLVIA CESCO é de Campo Grande, MS. Autora e Diretora de peças teatrais elaboradas com textos de poetas regionais. Roteirista-auxiliar do filme sobre Glauce Rocha, “Nasce uma Estrela”. Autora de letras de músicas gravadas por compositores e corais de MS. Obras: “Guavira Virou”, “Mulher do Mato”, “Sinhá Rendeira, “Ave Marias, Cheias de Raça”, “Histórias de D. Menina”. A autora foi premiada pela ASL, em Concursos de Poesias: 2º Lugar em 2012 e 1º Lugar em 2013. Publica na Revista Criticartes.

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