terça-feira, 5 de julho de 2016

O melhor amigo do Homem e da Polícia

Por Rogério Fernandes Lemes*
Fotos: Cb PM Rodney - 3º BPM

A expressão “o cão é o melhor amigo do homem” é bem conhecida. Essa relação de amizade é bem mais antiga que se possa imaginar. Achados arqueológicos revelaram uma duradoura amizade entre humanos e cães. Arqueólogos descobriram restos mortais de humanos e cães em uma clara demonstração de afeto.
Os lobos, em especial os cinzentos, rodeavam os grupos humanos nômades na pré-história e foram, aos poucos, adaptando-se ao convívio dos seres humanos que perceberam, nessa aproximação, uma excelente ajuda no abate de animais selvagens para fins de alimentarem seus descentes. Com a agricultura, as sociedades humanas estabeleceram definitivamente uma relação, quase que de dependência, entre pessoas e cães. 
Na cultura grega, o cão era reverenciado como “sabedor de segredos de outros mundos”, tendo Anúbis como o deus da morte, concepção esta, motivada pela prática alimentar dos lobos e chacais ao devorarem cadáveres de animais. Na mitologia grega, o Cérbero era um demônio com três cabeças de cachorro que guardava a entrada do mundo interior (o mundo dos mortos).
Em todas as culturas humanas, em diferentes épocas e contextos, evidencia-se a presença solidária e terapêutica dos cães na cura de pessoas feridas.
No fatídico período histórico conhecido como a “peste negra”, os cães alimentavam-se de cadáveres humanos. O discurso religioso antigo demonizou os cães rotulando-os como seres das trevas e animais de bruxas. A afeição pelos cães teve significativa melhora com o Renascimento. O cão passou a fazer parte do cotidiano da nobreza e, mais tarde, o emprego de cães a partir das habilidades percebidas pelas pessoas.
As guerras mundiais foram grandes oportunidades para a especialização humana sobre as habilidades caninas em ações militares.
A infância de muitas pessoas ao redor do mundo tem sido marcada por desenhos animados como o pequeno Snoopy, o medroso Scooby-Doo e o atrapalhado Pluto.

Operação de busca a entorpecente.

Cinotecnia

A cinotecnia, em linhas gerais, é um conjunto de técnicas especiais voltadas ao treinamento canino. O policial cinotécnico é um gerenciador de estímulos e um modelador de comportamentos. As polícias militares brasileiras utilizam duas modalidades de treinamento com cães farejadores e cães de guarda e proteção.
O cão farejador é empregado em ações policiais de detecção de entorpecentes e explosivos em aeroportos, rodovias, edificações urbanas e áreas rurais, em como, busca e resgate de pessoas desaparecidas, busca e captura de detentos evadidos de estabelecimentos penais e autores de crimes.
O cão de guarda e proteção é empregado no controle de rebeliões em presídios; na extração e contensão de internos em revistas prisionais; na composição de Unidade de Controle de Distúrbios Civis (CDC) para a busca e imobilização de pessoas a serem detidas; e, no emprego de patrulhamento urbano (motorizado e a pé) e eventos esportivos.
O Canil do 3º BPM conta com quatro policiais militares com especializações em Ações Táticas, Cinotecnia (especialistas em cães de faro) e com o primeiro policial militar do Estado a realizar o II Curso de Cães Farejadores, ministrado pela Polícia Militar do Estado de São Paulo, no período de 30 de maio a 25 de junho deste ano, com total de 180 horas/aula.
O II Curso de Cães Farejadores foi realizado pelo 3º Batalhão de Choque do Canil Central de São Paulo, tendo como diferencial cinco modalidades de emprego de cão policial de faro. O curso teve a participação de vinte e seis integrantes da PMESP e quatro das forças co-irmãs: FAB, Exército Brasileiro, PRF e PMMS.

Foto: Sd PM Mayer - arquivo pessoal.

Visão Olfativa

Uma situação interessante aconteceu na manhã de segunda-feira (4), em Dourados, MS. Durante o treinamento externo com cão de faro de entorpecentes, um policial militar cinotécnico do Canil do 3º BPM percebeu que, ao passar por um veículo estacionado, o cão apresentou súbita mudança comportamental e iniciou uma varredura na parte traseira externa do veículo.
Foi solicitada a presença do plantonista da Polícia Civil e a autorização para realizar busca minuciosa. Durante a varredura, o cão indicou um fundo falso na parte interna do assoalho, sendo encontrados dezenove tabletes de uma substância análoga à cannabis sativa (maconha), pesando a quantia de dezoito quilos e trezentos gramas.
O Canil do 3º BPM vem se destacando em Dourados pelo número crescente de apreensões de drogas e pessoas detidas. No período de janeiro a julho deste ano, o Canil apreendeu 821,262 Kg de maconha; 92,4 Kg de cocaína; 2,771 Kg de haxixe; e, 70,187 Kg de pasta base. Foram atendidas 117 ocorrências, sendo 25 pessoas detidas e um veículo recuperado.
As ocorrências atendidas pelo Canil do 3º BPM resultam de operação policial militar em terminal rodoviário, aeroporto, rodovias estaduais e apoio a outros órgãos de segurança pública, como a PRF, PF, Exército Brasileiro, Polícia Civil, Guarda Municipal, Departamento de Operações de Fronteira (DOF) e Defron.

* O Autor é sociólogo, escritor e atua como jornalista na Comunicação 3º BPM. MTB 0001588/MS

9 comentários:

  1. Parabens Rogerio pela bela explanacao atrvaves deste artigo.

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  2. Parabens Rogerio pela bela explanacao atrvaves deste artigo.

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  3. Parabéns Rogério, sucesso em sua jornada. Excelente matéria sobre o uso do cão policial.

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  4. Parabéns Rogério, sucesso em sua jornada. Excelente matéria sobre o uso do cão policial.

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  5. É bom lermos artigos que nos instruí, principalmente sobre cães.

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  6. É bom lermos artigos que nos instruí, principalmente sobre cães.

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  7. Sou grata pela orientação. E desse tipo de notícia que precisamos. Parabéns

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