quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Manoel Venceslau Leite de Barros

  Revista Criticartes - Ano II, nº. 5 - 2016  
Imagem: http://www.carosamigos.com.br

Joabnascimento
Camocim, CE

Aos dezenove dias do mês
Ano de mil novecentos e dezesseis
O mês era dezembro
Manoel de Barros nascia
Trazendo consigo a poesia
A hora exata eu não lembro

Com um ano de idade
Mudou-se pra outra cidade
Foi morar em corumbá
Na região do pantanal
Viveu no meio de curral
Deixava a cidade de Cuiabá

Aquele pequeno menino
Com alcunha de “neguinho”
Precisava estudar
Aos oito anos de idade
Partiu pra outra cidade
Para o colégio se internar

Após dez anos de internato
Com os livros teve contato
Do padre Antonio Vieira
Partiu para o rio de janeiro
Foi comunista e grafiteiro
Quase foi preso ao dar bobeira

Após ter um monumento pichado
Um livro que nunca foi publicado
O livrou certa vez da prisão
A dona da pensão o protegeu
Aos policiais o livro ele deu
“Nossa senhora de minha escuridão”

Com o seu idealismo
Aderiu ao comunismo
Formou-se em advocacia
Foi membro da “juventude comunista”
Assim de vez ele conquista
Tudo aquilo que queria

Desde os treze anos de idade
Já demonstrava afinidade
Admirava a poesia
Só aos dezenove anos escreveu
O primeiro poema seu
Para o nosso prazer e alegria

O primeiro livro publicado
“Poemas concebidos sem pecados”
Foi feito artesanalmente
Esse foi o ponto de partida
De tantos outros em sua vida
Que viriam naturalmente

“Não assumir reponsabilidade
Com a prática da verdade
No meio da literatura”
Com seu rico material sensitivo
Usando o seu arbítrio criativo
Fez da poesia a sua arte pura

Do comunismo se desligou
Quando prestes o decepcionou
Após dez anos de prisão
“Quando o seu discurso escutei
Sentei na calçada e chorei”
Foi grande a decepção

Saiu sem rumo desconsolado
Largou tudo de lado
E voltou para o pantanal
Dali foi pra Bolívia e Peru
Depois saiu da América do Sul
Em Nova York fez uma pausa afinal

Passou um ano estudando
Cinema e pintura cursando
Reforçou seu sentido de liberdade
Ao voltar par o seu país
O destino deus assim quis
Conheceu o motivo da sua felicidade

Stella o seu grande amor
Após três meses com ela casou
Viveram sempre apaixonados
Pedro, Marta e João.
São frutos dessa união
Filhos por deus abençoados

Com muitos prêmios conquistados
Sempre viveu no anonimato
Por sua culpa e opção
Depois que Millôr o descobriu
Sua fama logo emergiu
Popularidade em toda a nação

Carlos Drummond com bom motivo
Recusou o epíteto de maior poeta vivo
Que existia nessa nação
Em prol do poeta Manoel
Pra quem ele tirou o chapéu
Com autoridade e razão

Foi um poeta renomado
Seu nome é considerado
Em qualquer parte, que for
Conhecido nacionalmente
Suas obras estão presentes
No Brasil e no exterior

Entre muitas homenagens
Enriqueceram a sua bagagem
Com prêmios que colecionou
São tantos para falar
Os maiores eu tenho que citar
Dois prêmios jabuti ele ganhou

Estabeleceu-se como fazendeiro
Da propriedade que foi herdeiro
Do seu velho genitor
Continuou poetisando
Suas obras sempre editando
Encantado o seu leitor

O homem parte a obra permanece
E assim ele enriquece
De uma forma genial
O grande poeta partiu
Seu legado ao povo serviu
Será sempre um imortal

No ano do seu centenário
É justo, é extraordinário.
Esse grande reconhecimento
Com meu modo simples de falar
Estou a lhe homenagear
Com honraria no meu pensamento.

  Revista Criticartes - Ano II, nº. 5 - 2016  

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