sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Tentando descrever Manoel

  Revista Criticartes - Ano II, nº. 5 - 2016  
Imagem: http://homoliteratus.com

Nena Sarti
Campo Grande, MS

Falar de Manoel de Barros não é tarefa fácil. O conheci em um Congresso Literário em uma tarde nublada. Quando ele entrou na sala o sol apareceu lá fora e dentro do recinto. Não lembro o ano, também nem quero lembrar, porque a sua imagem continua nítida em minha mente.
Descrevê-lo seria audacioso de minha parte. Ele nasceu com o sorriso estampado. Tudo nele é esplendor. Vou deixar os verbos no presente uma vez que poeta não morre, posto que é imortal.
Literalmente tem perfume de flores. Quando consegui sentar ao seu lado senti o quão frágil e pequena sou diante dessa figura que Deus nos mandou para amar.
Enquanto estava na ativa, nas escolas e afins levava para sala de aula seus livros, seus poemas ramificados de poesia, ou não, como ele mesmo diz. E ensinava, e lia, e escrevia e os alunos entendiam. Sim, entendiam, pois, eu esmiuçava palavra por palavra de seus versos, de suas frases, de seus pensamentos sobre a natureza. 
Eu o conheci, ficamos de mãos dadas, eu olhando para ele embevecida e ele sorrindo, rindo, divertindo-se com o meu amor à primeira vista, porque não os dois olhos dentro de seus olhos de um azul que até doía.
Foi um instante em um Congresso Literário em uma tarde nublada que conheci a luz transcendente de luz. 
Saudades? Talvez. Quem o conheceu e o tocou continua com a sua presença impregnada nesse universo de versos e canções.

  Revista Criticartes - Ano II, nº. 5 - 2016  

2 comentários:

  1. Só Nena Sarti para descrever com tanta ternura, eterna serás tu em nossas lembranças como Manoel é!

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  2. Que maravilha! O conheci através do projeto Crianceiras, quando dava aula de dança para "crianças" especiais, infelizmente, não tive o privilégio de conhecê-lo pessoalmente, mas também foi amor a primeira vista. ..quer dizer no meu caso a primeira poesia!

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