Por Rogério Fernandes Lemes
A entrevista foi elaborada pelo escritor e editor Rogério Fernandes Lemes e concedida à Revista Criticartes, tendo a interação nas respostas através da internet. O entrevistado lança seu mais novo livro, que vem com uma proposta literária reflexiva, questionadora sobre a vida, mas permeado pela sensibilidade do autor e seu respeito ao ser humano. Boa leitura!
Foto: Arquivo pessoal do autor. |
Revista Criticartes: Você tem uma boa experiência literária e premiado, inclusive, em vários concursos brasileiros o que demonstra uma sensibilidade poética. Como você percebe a angústia humana e sua relação direta com a poesia?
André Flores: Há 11 anos me dedico fervorosamente pela literatura. Durante este período, recebi algumas premiações, mas acredito na literatura como forma de transformação da sociedade. Toda poesia emana diretamente ou indiretamente da alma humana. Falar sob os dilemas e angústias as quais o ser humano passa é necessário para afugentar os nossos fantasmas.
Revista Criticartes: Certa vez, Liev Tolstói escritor russo, disse “se queres ser universal começa por pintar a tua aldeia”. Qual a relação de sua obra com as cidades gaúchas de Novo Hamburgo e São Sebastião do Caí?
André Flores: Novo Hamburgo lancei o meu primeiro livro, mas São Sebastião do Caí e Portão, onde estou radicado, é a base de divulgação do meu trabalho e vendas das minhas obras. Considero que este ano fortaleci e muito a minha carreira literária no meu Estado, neste caso Rio Grande do Sul, no meio independente.
Revista Criticartes: Para Borges o tigre, o labirinto e o espelho eram símbolos enigmáticos da condição humana e sua perspectiva com a matemática e a física quântica, por exemplo. E para o poeta André Flores? Quais os símbolos utilizados como metáforas que sustentam sua produção literária?
André Flores: Acredito muito na formiga, pois organiza-se em trabalho de equipe para atingir um propósito, pois não realizamos nada sozinhos.
Revista Criticartes: Dizem que os poetas são seres especiais e que veem o mundo de uma forma especial. Como você vê as mazelas humanas como a finitude e a impossibilidade de tocar o incompreensível?
André Flores: Com compaixão e respeito a dor humana. Solidarizo-me com causas sociais ativamente, pois a chave para uma sociedade melhor está na busca por um mundo melhor e justo a todos.
Revista Criticartes: O que você diria aos novos escritores brasileiros que se deparam com dificuldades de toda ordem no momento de, efetivamente, publicarem suas obras?
André Flores: Estudem muito, leiam muito e escrevam muito. O segredo está na dedicação, empenho, esforço, paixão e muita humildade.
Revista Criticartes: Como você avalia o movimento da leitura no Brasil?
André Flores: Acredito que há muito foco nos grandes autores, mas pouca visibilidade aos autores independentes, apesar dos esforços de muitas editoras. Somos anônimos e isolados pela grande mídia em geral. Há uma infinidade de autores maravilhosos pelo Brasil afora, sem ter uma oportunidade de lançar seus livros. Acredito que deva haver uma ferramenta que facilite o acesso a projetos de fomento à literatura no País para nós autores independentes. Existem leis, mas acabam favorecendo grandes autores.
Revista Criticartes: Seu primeiro livro “Subjetiva poesia” faz parte da 64ª Feira do Livro de Porto Alegre, um dos maiores eventos literários da América latina. Quais suas expectativas para um público tão plural?
André Flores: Sinceramente, é muito boa com relação a divulgação do meu nome enquanto autor. Participo da Feira do Livro desde 2013, porém em antologias. Este ano será o primeiro ano como autor solo. A minha expectativa é de interagir muito com outros autores de todas as partes, com o público e aprender muito.
Livro Subjetiva poesia, 64 p. 2018 pela Biblio Editora. |
Revista Criticartes: Que tipo de escritor é você? Escreve de tudo um pouco ou, parafraseando a banda gaúcha Engenheiros do Hawaii, é um poeta de um gênero só?
André Flores: Atualmente, dedico-me somente à poesia. Por enquanto seguirei somente na poesia, mas penso futuramente em escrever crônicas.
Revista Criticartes: Quando pensamos nos poetas e escritores vem a dúvida sobre o que leem e quais os seus autores preferidos. Quais as principais influências filosóficas de André Flores?
André Flores: Sou eclético, adoro ler o que é bom. Tenho alguns filósofos que gosto, Kant, por exemplo, poetas como, Pablo Neruda, Mário Quintana, Pensadores como, Paulo Freire, romancistas como Dan Brown e não poderia deixar de mencionar Luís Fernando Veríssimo e Tabajara Ruas.
Revista Criticartes: O que o leitor brasileiro encontrará em “Subjetiva Poesia”?
André Flores: Questionamentos poéticos, sensibilidade, respeito ao ser humano, um olhar questionador, mas respeitoso e solidários com as mazelas sociais.
Revista Criticartes: A pós-modernidade, como chamam alguns autores, é um tempo marcado pela ausência de referenciais sólidos em todas as manifestações humanas, das artes passando pela música e a literatura. Nesse contexto, aparece a tecnologia para “engolir”, de vez, o bom e velho livro. Na sua opinião o que poderia ser feito, enquanto política pública, para a formação de novos leitores no Brasil?
André Flores: Tenho um projeto juntamente com a Escritora e Poeta Nena Sarti (Presidente da ALB-MS), e Gislaine Camarata, onde temos por objetivo incentivar a literatura e produção literária nas escolas de Ensino Fundamental. A ideia é implantá-lo nas escolas pelo Brasil em 2019. Temos vários escritores pelo Brasil interessados em contribuir.
Revista Criticartes: Como foi sua experiência com Biblio Editora em um ambiente totalmente virtual?
André Flores: Foi muito bom, pois apresentaram um trabalho editorial maravilhoso.
Revista Criticartes: A Revista Criticartes, em nome de seus leitores espalhados por todo o Brasil e em mais de 16 países, agradece sua participação nesta entrevista. Deixe suas considerações finais.
André Flores: Quero agradecer pela oportunidade dada a este aprendiz de poeta. Desejo que no futuro possamos ver a literatura tendo a devida importância, cuidado, incentivo e respeito ao qual merece. Espero ver cada vez mais jovens escritores surgirem e consigo possam contribuir com o fomento da literatura deste País.
LANÇAMENTO
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CURRÍCULO
André da Silva Flores ou André Flores (Aprendiz de Poeta), 44 anos, natural de Novo Hamburgo – RS, residente da Cidade de Portão – RS. Casado com Cristiane Kochenborger tem uma filha que se chama Letícia Kochenborger Flores. Filho de Antônio da Silva Flores e Teresinha Beatriz Flores. Criado na cidade de São Sebastião do Caí, aonde muito do material de inspiração para seus poemas, vem de experiências e vivências nesta linda, amada, pacata, simpática e acolhedora cidade. Formado em setembro de 2010 em Administração de Empresas pela UCS - Universidade de Caxias do Sul, Pós Graduando em Especialização em Educação a Distância pela UNOPAR.
Trabalha no Setor de Faturamento do Hospital Nossa Senhora das Graças em Canoas – RS. Premiado em concurso realizado pela Academia de Letras e Artes de Porto Alegre e Expresso das Letras, em Agosto em 2011. Premiado em Concursos realizados no estado do Rio de Janeiro (Oliveira Caruso) em: 2013, 2014, 2015 e 2016 assim como nos concursos Artífices da Poesia, da Editora A.R Publisher em 2016, Ancguedes 2016, Mérito Cultural da FECI, (Fundação Educacional do Sport Club Internacional), em 2016, 2017, Prêmio ABAS em Feira de Santa – BA (Março/2017) entre outros. Atua ativamente em blogs e jornais literários (Cabeça Ativa – SP, Poemas do Brasil - SE e Recanto das Letras - SP). Participou de 20 antologias impressas no Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo e Sergipe, 15 e-books, onde em três oportunidades escreveu o prefácio. Atualmente escreve para as revista literária de Portugal (PORTAL CEN), como também para a (Logus da Fênix). Participou da II Antologia Internacional Criticartes 2018, organizada por Rogério Fernandes Lemes, da Biblio Editora.
Boa noite, Meu nome é matheus flores. sou um velho amigo do andre e gostaria de falar com ele poderia me passar algum contato dele?
ResponderExcluirExcelente entrevista, parabéns.
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