terça-feira, 24 de março de 2020

A barcarola do Sertão

Por Rogério Fernandes Lemes

Foto: blogdobilhetepremiado 
No calor escaldante do Sertão,
o corpo ferve de amor e sorte.
A cada passo, em pele e pedras,
Por entre o leito só corre a morte.

Entres as pedras flamejantes
corre seco o pobre Angico;
vagaroso como sempre
margeando o Velho Chico.

A visão do sertanejo
É de amor por este chão
Pois, dali, vem seu sustento
Que anima o coração.

Sabe bem, o velho sábio
Que a chuva um dia vem
E traz com ela a essência,
Do melhor que a vida tem.

Há mistério e há riqueza
Nesta Terra empoeirada
nossa voz que não se cala,
rasga o vento, enluarada.

E assim, oh sertanejo,
Cante alto e em bom som:
“Somos parte desta Terra,
de geração em geração”.

Gondoleiros destemidos
bradem alto esta canção:
“Sertanejo, eis à frente,
o sortilégio do Sertão”.

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