domingo, 29 de março de 2020

O poço que há em nós

Por Rogério Fernandes Lemes

Imagem: Divulgação.

Um filme contemporâneo
Carregado de simbolismos
Tendo como referenciais
A Bíblia, Dom Quixote e
A Divina Comédia.
A primeira referência bíblica
Está no nível em que Goreng
Acorda com seu companheiro
recluso, Trimagasi
O nível é o 48 que, se somados,
São 12, uma referência aos
12 apóstolos de Cristo.
A sociedade de classes
Pode ser uma referência,
Uma vez que existem três
Tipos de pessoas: os de cima,
Os debaixo e os que caem
Diretamente para o fundo.
O egoísmo é um dos pilares
Da trama, pois os de cima
Comem sem se importarem
Com os debaixo.
Uma referência à estrutura infernal
Descrita em A Divina Comédia,
Do italiano Dante Alighieri.
Em cada nível, uma possibilidade à gratidão,
À consciência em relação às dificuldades
“Dos que estão abaixo”.
Se cada um consumir o necessário;
Se cada um consumir aquilo que
Pediu como prato de sua preferência
Haveria alimentos para todos, em
Todos os níveis, mas não é assim que
Acontece, nem no poço e nem
Na sociedade em que vivemos.
Os sete pecados capitais são
Trabalhados, em cada nível,
Em cada possibilidade de refletirmos
Sobre nossos próprios comportamentos,
Sem julgamentos...
A gula, a avareza, a luxúria,
a ira, a inveja, a preguiça
e o orgulho ou a vaidade
O ser humano carrega, em si,
Cada um desses pecados capitais,
Em maior ou menor intensidade
Comportar-se-ão de forma, um tanto semelhante,
Dependendo do nível e, com quem, se perceber.
O poço é dirigido por Galder Gaztelu-Urrutia,
Diretor um tanto desconhecido,
Mas que já fez história ao demonstrar
Para nossa sociedade atual
O que cada espectador faria,
No mundo real, quando estiver nos primeiros
Ou nos últimos níveis.
Outra referência aos altos e baixos
da existência, é o conceito de Roda da Vida
e a forma como nos comportamos
nos momentos de fartura,
ausência de doenças ou de afeto,
e nas horas de escassez,
onde agimos como animais
para garantir a sobrevivência.

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